Sentado em seu trono de ossos estava o Deus da morte, contemplando, com um sorriso grotesco em sua oculta face, mas um massacre com milhares de mortes. Mas naquele instante ele recebeu uma visita inusitada, o Deus da vida foi pedir-lhe um favor.
-Por favor Morte, pare de jogar os homens uns contra os outros, apenas para que você possa ceifar-lhes cada vez mais. Deixe-os morrer porque devem morrer.
O sorriso da Morte sumiu, e nada se via em sua face, até que ela abriu os olhos e duas chamas arderam em suas pálpebras. Indignado com o que a Vida tinha dito indagou?
-Porventura está dizendo que esses massacres são minha culpa?
A vida fez sinal que sim. Então a morte, juntando as ósseas mãos sob o queixo, propôs-lhe um teste:
-Vida! Tu dizes que estas atrocidades são minha culpa. Pois bem! Proponho-lhe que mande seu mais precioso e mais sábio filho para viver entre os homens e ensinar-lhes sobra o que é realmente importante. Ao final veremos se eu sou realmente culpado. Então Vida, o que me diz?
-Aceito seu teste!
Pobre Vida confiou na espécie errada. Seu filho realmente fez o que deveria fazer, ensinou sobre as coisas importantes. Mas o final foi triste, os ouvidos dos homens não estavam preparados para palavras de um verdadeiro mestre. E, por fim, o filho da Vida foi morto do mesmo modo que criminosos. As atrocidades não eram culpas das Morte.
Novamente com um sorriso no rosto, a Morte pôs sua mão no ombro da Vida e disse-lhe ao ouvido:
-Os homens são maus por natureza, eles massacram porque querem. Eles estão isolados para as coisas boas que você tem à oferecer, e preferem me cultuar. Eu sou apenas um ceifador, os homens se matam porque não sabem mais ser pessoas, não sabem mais ser humano. Esqueceram-se de você! Mas não é motivo de tristeza, muitos homens compreenderam seu filho, e esses homens mudarão o mundo. Lembre-se Vida eu não sou culpado por isso, mas sim os próprios homens...
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