
     Tic-tac, tic-tac. Soa o relógio atrás de mim, incansavelmente, sem parar. Conta os segundos, os minutos, as horas. No silêncio da noite os sons se propagam pelo ar rapidamente, todos eles. Sons de motores, de animais. de coisas que não conseguimos identificar. O medo vai tomando posse de mim, a loucura ajuda nos delírios e eu tenho visões cada vez mais esquisitas.
     Encolho-me sobre meus joelhos e recosto-me num canto da sala. Para todo lado que olho vejo trevas e minha imaginação me prega peças. Sombras se movem, figuras horrendas me aparecem, o próprio teto faz barulho como se quisesse cair sobre mim.
     A luz da coragem oscila, ficando cada vez mais fraca. Tudo parece um sonho e não consigo definir o que é real e o que é ilusão. Fecho os olhos e espero, logo sinto o sono chegar e me levar em seus braços e todas as minhas preocupações somem... Mas todas voltarão quando eu abrir os olhos amanhã.
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