"Meu filho será um médico"... "Minha filha será uma renomada juíza"... "Não faça isso, é errado"... Reflexos dos outros convergindo para um ser que busca ser ele mesmo. Sua fraca imagem interior não consegue fugir do cárcere do que os outros esperam dele. A pressão da luz refletida é desumana, o Ser sente-se sufocado. A solidão está presente mesmo quando cercado pelos amigos. É difícil entender porque não se consegue fugir dessa prisão de espelhos, nem mesmo uma explosão consegue arranhar o vidro.
As forças acabam, a pressão cresce mais e os problemas começam a surgir. Contratam-se faixas prestas de diferentes estilos de luta, mas nenhum deles consegue defender o Ser do monstro que agora se aproxima. Monstro das mil e uma faces, ataca de tempos em tempos sempre na fraqueza humana.
Os espelhos tremem a cada passo que ele dá, e com passos de tartaruga ele chega cada vez mais perto. Devagar, como quem não quer nada, mas chega. Ao chegar faz aquilo que parecia impossível: estilhaça todos os espelhos. O Ser se vê livre, sorri para o monstro e o agradece, finalmente não havia pressão alguma sobre ele, estava livre... Cruel engano. Antes de dar um passo o monstro se apoderou de sua consciência e lançou-lhe no profundo, escuro e silencioso vale do medo, onde nada acontece...
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