
     O deserto é belo, suas dunas brancas como a neve e quentes como a chama de uma vela são um convite para andar sem rumo, sem direção. São poucos os lugares onde se encontra sombra e água fresca. Para os turistas e para os beduínos é um lugar lindo e de exuberantes maravilhas, mas para mim não é bem assim.
     Há três dias estou perdido nessas terras escaldantes. Sem água e sem comida. Ontem, o segundo dia, infelizmente tive uma miragem. Deserto de belezas é fonte de perversas travessuras. Vi um grande castelo em uma colina verde. No seu terraço, a céu aberto, havia uma fonte de água cristalina e música vinha do salão principal. Corri em direção à ele enquanto meu fôlego durou. Talvez tenha corrido por um minuto ou por uma hora, sinceramente não sei, mas o castelo não se aproximou um micrômetro sequer.
     Agora estou sentado a sombra de uma árvore que eu não faço idéia se é real ou fruto de minha imaginação. Escrevendo essas coisas na areia.
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