domingo, 3 de abril de 2011

Dia do Alivio


     Os olhos cerrados no horizonte me transportam para o mundo imaterial imerso no éter, substância "divina" dos alquimistas. Um mundo de luz onde os vários universos existentes se encontram e não se vê lugar algum preenchido de sombras. Onde as plantas crescem vigorosas e imponentes, com suas verdes folhas dançando ritmadas no compasso do vento. Das altas montanhas vistas ao leste vê-se surgir poderosos braços d'água cristalina, límpidas como um diamante.
     Os guardiões de tal lugar são exuberantes seres humanóides, com asas nas costas e chifres em suas faces. Anjos ou demônios? Não importava, via-se em suas feições a força do amor, humildade e bondade. Míticos animais pastavam pelas planícies ao sul. Lobo e cordeiro dividiam o mesmo lado do lago, dragões usavam seu fogo para aquecer e trazer vida a lindos objetos talhados em um material parecido com o vidro. Cerberus, o cão de três cabeças que causa tanto medo, não passa de um dócil cão adestrado para pegar o frisby.
     Uma eterna festa acontecia naquele mundo distante do materialismo predatório. Eu ali absorto em um mundo que transcende até mesmo o mais belo paraíso imaginado por qualquer ser pensante da Terra. Mas logo o sonho se dissipou de minha mente, o horizonte já não mais existia... Agora via-se apenas grandes edifícios, medonhas indústrias e estranhas nuvens de gás tóxico.

1 comentários:

Allison Araújo disse...

"Dia do alívio" , seria uma boa

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João Pessoa, Paraiba, Brazil
Um cara de ideias simples, um pouco confuso as vezes. Que ama, que ri, que chora, que vive. Que contempla a beleza da vida com olhos de admiração e crítica. Assim sou eu ^^